Pular para o conteúdo principal

Metalúrgicos da Mercedes de Iracemápolis em greve, enquanto funcionários da Ford, em SBC, fazem acordo

© foto: Divulgação/ Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira, Rio Claro e Região

Os 500 metalúrgicos da fábrica da Mercedes-Benz de Iracemápolis, no interior de São Paulo, há 3 (três) dias entraram em greve por prazo indeterminado, mesmo antes da data-base da categoria que é em setembro, reivindicando a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no valor de R$ 12.000,00, reajuste de 9,2%, piso de R$ 2.100,00 e cartão alimentação de R$ 300,00. Os operários de Iracemápolis integram a base do Sindicato dos Metalúrgicos de Limeira, Rio Claro e Região.

Por outro lado, a Ford de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, demitiu 364 metalúrgicos que estavam em lay-off(suspensão temporária do contrato de trabalho, com pagamento de parte dos salários com recursos do Fundo de Amparo do Trabalhador – FAT), os quais receberam os telegramas de dispensa na quinta-feira, dia 10 de agosto.

As demissões desrespeitam o Acordo Coletivo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que prevê estabilidade no emprego até janeiro de 2018.

Os operários realizaram Assembleia e reagiram às demissões paralisando a estamparia, prejudicando a produção nos demais setores e alas.

No último período, a empresa vem enrolando, com manobras como a implantação do Programa de Proteção do Emprego  (PPE) do ministro Levy, Programa de Demissão Voluntária (PDV), lay-off  e férias coletivas.

Constata-se, pois, que é uma política das montadoras para reduzir custos, reduzir salários, jogando a crise nas costas dos trabalhadores, buscando restabelecer a taxa de lucros.

Os companheiros 3.400 metalúrgicos da Ford de São Bernardo do Campo que produzem o Fiesta hatch e sedã (na lista dos mais vendidos, com 10.575 unidades; a empresa vendeu 110 automóveis, 12,8% a mais que em 2016) e caminhões.

Infelizmente, a Diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos ABC, ao invés de organizar a greve com ocupação de fábrica e buscar a solidariedade da categoria na perspectiva de uma greve geral metalúrgica, investiu apenas na negociação, sendo que a empresa apenas se comprometeu a reverter 80 das 364 demissões, mantendo, na prática, o facão. Os demitidos serão apenas indenizados da garantia de emprego até janeiro de 2018 ou poderão “aderir” a um PDV (Programa de Demissão Voluntária),  o que concretamente significa um derrota para os trabalhadores.

Os metalúrgicos do ABC precisam fazer um balanço da política de conciliação e colaboração de classes, que tem redundado em demissões e derrotas para a classe operária na conjuntura atual, facilitando a escalada golpista que a cada dia retira mais direitos dos trabalhadores, como aconteceu recentemente com a aprovação da “Reforma Trabalhista”.

 É necessário que a categoria impulsione a convocação de um Congresso de base da classe trabalhadora para discutir uma plataforma de lutas e unificar a mobilização para derrotar o golpe.

O caminho certo é o apontado pelos metalúrgicos da Mercedes de Iracemápolis: é a luta!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

II Encontro Internacional Leon Trótski

Transcrevemos abaixo a Comunicação “Os imperialismos”, aprovada e apresentada pelo camarada João Batista Aragão Neto, membro de nossa tendência, no Simpósio Temático 4 – Posições sobre a guerra na Ucrânia e o imperialismo hoje, do II Encontro Leon Trótski, realizado em São Paulo, no Brasil,  na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP), de 21 a 25 de agosto de 2023, dando continuidade ao I Encontro, realizado em Havana, Cuba, em 2019, em comemoração aos 100 anos da Internacional Comunista, onde também o camarada esteve presente. Leia mais: I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos Reformismo eleitoreiro só leva à derrota O III Encontro está previsto para o ano que vem na Argentina. Fornecemos, mediante contribuição solidária, o Livro com as comunicações do I Encontro, em Cuba, em 201

O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia

O presente texto é uma resposta à contribuição do simpatizante de nossa tendência, Leonardo Silva, para a I Conferência da Tendência Marxista-Leninista. Abordaremos alguns aspectos da conjuntura nacional e da internacional, sobretudo os relativos ao governo Lula e guerra na Ucrânia. Leia mais: Contribuição do camarada Leonardo Silva I Conferência da Tendência Marxista-Leninista Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Revolução Russa completa 105 anos O governo Lula Como havíamos previsto desde as eleições, o governo Lula é um governo democratizante de conciliação e colaboração de classes, apoiado por uma frente ampla burguesa, ou seja, uma frente popular, uma frente populista. Além disso, previmos que a política econômica do governo Lula daria continuidade à política econômica de Paulo Guedes, ou seja, à política de Bolsonaro. Como prova disse, basta ver o salário-mínimo de fome anunciado pelo governo Lula: R$ 1.320,

Todo apoio à luta pela libertação da Palestina!

O grupo Hamas da Palestina, no dia 7 de outubro, lançou um ataque ao enclave sionista e terrorista de Israel. O ataque matou 250 israelenses, sendo que Israel revidou matando 232 palestinos. Agora as notícias dão conta de que no conflito já morreram aproximadamente 1.100 pessoas dos dois lados. Leia mais: II Encontro Internacional Leon Trótski O Brasil, os imperialismos e a guerra na Ucrânia Estado repressor é inimigo da classe trabalhadora Ministério da Frente Ampla e a anulação do programa do governo Lula Perspectivas da classe trabalhadora no governo Lula-Alckmin Israel é uma enclave sionista e terrorista criado, em 1947, pela ONU (Organização das Nações Unidas), um covil de bandidos como Lênin disse de sua antecessora, a Sociedade das Nações. Ou seja, os Estados Unidos, a Inglaterra, a França, a Alemanha, os países imperialistas é que criaram artificialmente Israel, para servir de ponta de lança e polícia política no Oriente Médio.  O enclave terrorista e sionista deve ser desmante